Sambaquis vêm ganhando mais e mais espaço nas discussões acerca da pré-história brasileira, fato é que esse tipo de sítio aparece no litoral de quase todo o Oceano Atlântico, sendo bastante comuns nas costas do Brasil, Dinamarca, Canadá e Portugal e é tema de interesse científico desde a metade do século XX. A origem da palavra Sambaqui vem do Tupi, tamba que significa concha e ki amontoado, a união desses dois termos acabou por se tornar, com o uso, o termo atual Sambaqui, porem há outros nomes que são usados internacionalmente, como Shellmouds, literalmente "monte de conchas", nos países de língua inglesa, Kjökkenmodding na Dinamarca e Conchales em diversos países de língua latina. Tais monumentos esquecidos no meio da nossa paisagem são marcos extraordinários de nossa história, milênios antes da chegada dos Europeus e até mesmo da chegada das atuais populações indígenas do litoral.
Sambaqui da Figueirinha I em Jaguaruna (SC). Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sambaqui |
Maria Dulce Barcellos Gaspar de Oliveira, doutora em arqueologia pela USP e professora colaboradora da Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ) define Sambaqui: "Os sítios são caracterizados basicamente por serem uma elevação de forma arredondada que, em algumas regiões do Brasil, chega a ter mais de 30 metros de altura. São construídos basicamente com restos faunísticos como conchas, ossos de peixe e mamíferos. Ocorrem também frutos e sementes, sendo que determinadas áreas dos sítios foram espaços dedicados ao ritual funerário e lá foram sepultados homens, mulheres e crianças de diferentes idades. Contam igualmente com inúmeros artefatos de pedra e de osso, marcas de estacas e manchas de fogueira, que compõem uma intrincada estratigrafia." (Gaspar, M. D., Descobrindo o Brasil, Sambaqui: arqueologia do litoral brasileiro, 2014, p. 9).